Surfando a Onda de Alta Volatilidade
A queda inesperada do mercado de ações japonês em 5 de agosto de 2024 destacou mais uma vez a importância das habilidades de trading situacional para aproveitar as oportunidades de mercado.
A maioria dos nossos traders utiliza estratégias que funcionam dentro da volatilidade média, o que faz sentido: não é todo dia que um instrumento de trading muda de preço 5 ou 10 vezes mais que os valores médios. No entanto, tais situações ocorrem e trazem grandes oportunidades de ganho, bem como riscos adicionais. Por isso, cada trader precisa ter um “Plano B” para esses eventos.
Antes de mais nada, é necessário entender a causa da volatilidade extrema. Não estou me referindo a uma queda, pois consideramos diferentes situações de mercado. Será útil para você aprender a analisar tanto os picos de volatilidade para cima quanto para baixo. Para simplificar o conceito de trading na volatilidade, dividimos os movimentos do mercado em 2 fases: impulso e correção.
Impulso
Um impulso é o movimento principal causado por uma mudança abrupta no número de compradores ou vendedores no mercado, onde o mercado se move na direção do impulso, predominantemente atendendo ordens de mercado com ordens limitadas (pendentes), já que o equilíbrio das ordens de mercado é perturbado. Quanto menos líquido for o instrumento, mais forte ele reagirá a tais situações. Por exemplo, quando sai uma notícia sobre o Japão, o par USD/JPY reagirá com menos volatilidade que o par AUD/JPY, pois mais traders negociam o primeiro par de moedas. Se você adicionar um possível feriado na Austrália a isso, obtém o efeito de “mercado fino”, onde o número de participantes no trading é ainda menor, tornando mais difícil manter o preço dentro de certos limites. Para confirmar isso, basta observar as recentes mudanças de preço para USD/JPY (-3,2% desde a abertura do dia até o mínimo) e AUD/JPY (-5,4% desde a abertura do dia até o mínimo).
Correção
Uma correção é a fase de retorno do preço a certos valores médios após um impulso. Esta é a fase do mercado que consideraremos para negociar. Claro, em cada situação dessas, é necessário entender as razões para a queda e não entrar contra o impulso se forem causadas por dados macroeconômicos objetivos, eventos políticos ou mudanças na política monetária. Mas geralmente, quando uma notícia é publicada, os traders já têm vários cenários possíveis, e movimentos realmente fortes só ocorrem com uma grande discrepância entre as opções esperadas e os dados reais. Cada impulso pode ser potencialmente uma continuação do movimento atual ou sua culminação.
Cenários Potenciais
- Impulso + Correção: Essas são formações em forma de V, que permitem ganhar se você determinar corretamente o ponto de entrada e colocar o stop-loss em um lugar seguro. Para que esse padrão funcione, é desejável atender aos seguintes critérios:
- O impulso atinge um extremo local ou uma zona de consolidação, o que pode dar uma boa correção devido à acumulação de ordens limitadas e à adesão de traders “de mercado”.
- A formação de barras de pin em prazos intradiários (M1-H1), pois indicam uma mudança abrupta no equilíbrio de compradores e vendedores.
- Impulso + Consolidação + Impulso: Essa formação também é conhecida como fundo duplo, quando o mercado não realizou todo o potencial do movimento em um impulso e ocorre outra onda de queda após algum tempo. Este é o padrão mais traiçoeiro, pois colocar uma ordem de stop atrás do extremo local pode ativá-la, exigindo uma nova entrada no mercado. Essas situações surgem frequentemente quando o mercado entra em uma zona de consolidação e o primeiro impulso rebate em sua borda mais próxima, enquanto o segundo atinge ou rompe a borda inferior. Para evitar a ativação prematura do stop-loss, é melhor colocá-lo além da borda da consolidação ou esperar o fim da formação do segundo impulso e esconder o stop-loss atrás do novo extremo.
Após esses dois cenários, o mercado geralmente corrige ou continua a se mover na direção do impulso.
Para aumentar suas chances de sucesso ao negociar correções, siga estas regras:
1. O impulso deve se aproximar bastante, tocar, atravessar e voltar para um nível técnico forte, e idealmente atualizar o preço máximo ou mínimo por um longo período (seis meses, um ano ou mais).
2. Se o impulso ocorrer contra a tendência, deve estar no último terço do movimento de tendência.
3. É importante que o movimento esteja em um volume que seja pelo menos 2-5 vezes maior que o volume médio diário de negociação do ativo.
Que gestão de risco usar no trading de volatilidade
A primeira opção é entrar com um stop-loss clássico abaixo do mínimo local ou além do nível distante da zona de consolidação. O take profit pode ser calculado usando Fibonacci – até o nível de 61,8%, até 50% do movimento, ou até o nível de 38,2%. Você também pode usar uma taxa de lucro-perda fixa – 1 para 1, 2 para 1, etc. Alternativamente, você pode esperar que o preço volte ao início do impulso.
A segunda opção é dividir seu lote de trading em duas partes. Entre com a primeira parte após o primeiro impulso e deixe a segunda parte para o caso de se formar um segundo impulso.
A terceira opção é usar uma entrada fracionada na negociação, dividindo a posição em várias partes e usando um stop-loss comum para todas as posições.
Qual indicador pode ser usado no trading de volatilidade?
Se um impulso pode ser determinado visualmente, o indicador de Desvio Padrão pode ajudar a entender quão fortemente um impulso específico afeta a variação do preço em relação aos valores médios. Este efeito cumulativo do movimento unidirecional de preços combinado com o impulso pode ser interpretado como uma culminação local de vendas ou compras, já que o mercado não se desvia simplesmente.
O indicador de Desvio Padrão (SD), um termo matemático que descreve a dispersão de valores, desempenha um papel crucial nos mercados financeiros, particularmente no trading de Forex. O indicador SD mede a volatilidade, mostrando o grau de variação em relação ao preço médio de um ativo. Aqui está uma visão abrangente de sua aplicação, cálculo e significância no trading.
Interpretação do Indicador SD
A curva do indicador SD representa a volatilidade do mercado, crescendo à medida que os movimentos de preços se fortalecem em qualquer direção e diminuindo quando o intervalo de mudanças de preço se estreita. Ao contrário dos indicadores de tendência, o SD não prevê a direção do movimento do preço, mas destaca a magnitude das flutuações de preço.
Aplicação Prática
- Rastreamento de Volatilidade: Os traders usam o indicador SD para medir a volatilidade do mercado. Valores altos de SD indicam alta volatilidade, enquanto valores baixos sugerem um mercado mais estável.
- Confirmação de Tendência: Embora não seja um indicador de tendência, o SD pode confirmar a força de uma tendência. Um SD em ascensão durante um aumento de preços confirma uma forte tendência de alta, enquanto um SD em declínio indica uma diminuição da volatilidade, muitas vezes vista durante as consolidações.
- Entradas Contra a Tendência: Alguns traders utilizam o SD para entradas contra a tendência, usando a regra das três sigmas (99,73% dos valores estão dentro de três desvios padrão em uma distribuição normal). Quando os valores do SD são extraordinariamente altos, pode indicar uma condição de sobrecompra ou sobrevenda, potencialmente sinalizando uma reversão.
Estudo de Caso: Análise do EURUSD
Quando a curva de Desvio Padrão cai abaixo do nível mínimo de valor, o trader:
- Abre uma posição Long se o ponto médio da onda do indicador corresponder a uma tendência de baixa;
- Abre uma posição Short se o ponto médio da onda de volatilidade corresponder a uma tendência de alta.
Como Acessar o Indicador SD na Plataforma Sabiotrade
Para acessar este indicador na plataforma Sabiotrade, preste atenção ao canto inferior esquerdo. Ao clicar no botão “Indicadores”, você verá um menu com uma lista completa de indicadores, onde você deverá escolher “Volatilidade” e, no menu à direita, encontrará o indicador de Desvio Padrão.